Estudo revela tamanho da desigualdade de gênero na nossa sociedade - Agência Brasil

Fonte: Divulgação

  No Dia Internacional da Mulher, 8 de março, desigualdade de gênero no mercado de trabalho continua alarmante

Agência Brasil publicou, recentemente, um estudo sobre a situação da disparidade de gênero - masculino e feminino - na sociedade brasileira. A pesquisa foi realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada no dia 4 de março de 2021, e os dados continuam estarrecedores: é Dia Internacional da Mulher, 8 de março, mas que motivos temos realmente para comemorar em relação aos direitos e à proteção da mulher, em especial no Brasil?

Veja algumas das estatísticas da pesquisa do IBGE:

  • 54,4% das mulheres de 15 ou mais anos formavam a força de trabalho no Brasil em 2019; entre os homens, eram 73,7%, lembrando que a força de trabalho representa todas as pessoas que estão empregadas ou em busca de emprego;
  • As mulheres dedicaram-se a cuidar de pessoas ou a afazeres domésticos quase que o dobro de tempo que homens em 2019: 21,4h semanais para elas, 11h, para eles, sendo que a desigualdade mais gritante se encontrava na região Nordeste;
  • Com a limitação imposta pelos afazeres domésticos, a conciliação da jornada dupla permitiu que, em 2019, mais ou menos um terço das mulheres trabalhasse apenas em período parcial, de até 30h semanais; tal situação adversa foi verificada em apenas 15,6% dos homens empregados;
  • Em 2019, as mulheres receberam, em média, 77,7% do que os homens ganharam, sendo que as maiores desigualdades ocorrem em cargos com maiores remunerações: diretores e gerentes mulheres receberam apenas 61,9% do que os homens conseguiram, em média; na área de profissionais da ciência e intelectuais, elas atingiram 63,6% dos ganhos masculinos;
  • A população feminina de 25 anos ou mais apresentou uma taxa de 37,1% de pessoas sem instrução ou com apenas o Ensino Fundamental completo; entre homens, a taxa foi de 40,4%; a frequência escolar líquida de mulheres brancas foi de 40,9%, e pretas ou pardas, apenas 22,3%;
  • Somente 16% de vereadores eleitos no Brasil em 2020 foram mulheres, apesar do aumento de cerca de 3 pontos percentuais desde 2016; a quantidade de deputadas federais entre 2017 e 2020 é de apenas 14,8% em comparação aos homens, menor proporção entre os países da América do Sul e posição 142 em uma lista de 190 países (Luanda Botelho, pesquisadora).
Apesar de tudo, o IBGE reitera que:  

A ampliação de políticas sociais ao longo do tempo, incrementando as condições de vida da população em geral, fomenta a melhora de alguns indicadores sociais das mulheres, como nas áreas de saúde e educação. No entanto, não é suficiente para colocá-las em situação de igualdade com os homens em outras esferas, em especial no mercado de trabalho e em espaços de tomada de decisão.

O que os indicadores nos mostram

Segundo o IBGE, estes indicadores sociais retratam uma sociedade desigual no Brasil, mas servem como subsídio para criar políticas públicas. Uma parcela dos indicadores deve ser divulgada na plataforma da Agenda 2030 para o acompanhamento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, acordados na Organização das Nações Unidas (ONU)

Lembrando que, desde 2012, nosso país é integrante do Grupo Interinstitucional de Peritos em Estatísticas de Gênero (IAEG-GS), fomentado pela ONU. Este pretende delimitar áreas prioritárias em relação a desigualdades de gênero, fortalecendo capacidades estatísticas para obtenção de dados.  

E então? 

Há razões para comemorar pequenos avanços no que se refere à desigualdade de gênero no Brasil - mas ainda é muito pouco. Não é possível negar que não existe uma dívida histórica com a mulher, em todo o mundo, marcada por fogueiras assassinas de supostas bruxas até a falta de oportunidades e direitos como o voto, o trabalho fora de casa, o acesso aos estudos e o reconhecimento como ente social relevante, tardiamente alcançados, e muitas vezes até hoje com restrições. 

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