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Todos nós já vimos muitas coisas sobre a pandemia de Covid - além do básico, que são as informações sobre prevenção, vacinas e tratamentos. Vimos, a maioria de nós, inclusive sobre algo preocupante em relação ao momento terrível que atravessamos no mundo: o impacto do coronavírus na saúde mental das pessoas. Hoje, quero falar não exatamente sobre saúde mental, mas sobre como os momentos de crise acabam revelando nossas verdadeiras facetas - a exemplo do poder (dinheiro). Colocamos máscaras visíveis para tirar as invisíveis.
Muita gente esperava que a pandemia ("pan" significa "em todo lugar", ao contrário de "epidemia" que se refere a um ou mais lugares específicos, "epi") fosse avultar nossa solidariedade, nosso lado mais humano, "somos irmãos" - ideia de visionários como Marx, John Locke (até certa medida) e Jean-Jacques Rousseau. Mas não. Thomas Hobbes soa mais atual do que nunca com: "O homem é o lobo do homem", e Jean-Paul Sartre: "O inferno são os outros" (e o egoísmo, nosso). Dessa forma, infelizmente, vejo o Brasil e o mundo por aí. A situação é caótica em especial em nosso país, diante do desgoverno e do ódio alimentado pelo presidente e seus aliados e, ao mesmo tempo, pelos opositores.
Tudo o que se refere ao Covid é politizado, o que torna o cenário extremamente opressor, gerando o adoecimento não só físico, mas mental e emocional de muitos brasileiros. E, além disso, como mencionei no começo, mostrando nossas verdadeiras faces, a que a calmaria, a relativa estabilidade e a segurança social e na área da saúde disfarçavam.
Uma vez li um ditado: "Pessoas feridas ferem pessoas". Então, pensei em um novo: "Uma pessoa ferida revela seu verdadeiro caráter". É, leitor, é nos tempos mais difíceis que mostramos quem realmente somos - mais do que ser corrompidos, somos desnudados de coração e alma.
Isso não significa que uma grande crise sanitária, econômica e social como a que vivemos, não seja uma grande oportunidade para mudanças interiores, que certamente deverão, se verdadeiras, se refletir em nosso exterior. E é nesse ponto que quero focar: o desenvolvimento pessoal.
Para crescer, precisamos, em primeiro lugar, reconhecer nossos erros. Máscaras estão caindo, as nossas e de outros - e ver "o mundo como ele é" não é necessariamente pessimismo, mas um realismo maduro, se bem gerido internamente. O que podemos fazer é encarar nossas fraquezas, muitas das quais agora se revelam como nunca. O mundo, apesar de ser como é, um lugar inóspito, repleto de maldade e injustiças, mentiras e ganância, egocentrismo, narcisismo e hipocrisia, ainda pode ser um lugar bom para se viver, especialmente para quem se dispõe a fazer a diferença positiva.
Mas, atenção, lembremo-nos do velho ditado chinês: "Antes de mudar o mundo, comece varrendo sua própria casa". Sua mente, seu coração, seus rancores, sua ira, seu egoísmo, sua ganância desmedida, seu narcisismo (ele matou Narciso afogado em si mesmo, literalmente).
Estamos tirando as máscaras, ou nos estão sendo tiradas, as antigas máscaras invisíveis que só se revelam através de palavras e principalmente atos. Ao mesmo tempo, colocamos as máscaras contra o Covid, que "desmascarou" a maioria de nós.
Convido você a refletir sobre como você era e o que se tornou após a pandemia. Você pode ter desenvolvido atitudes inéditas e nocivas, ou pode ter voltado a cometer certos desatinos. Você pode estar, como quase todo mundo, nadando em uma onda gigantesca de ódio que luta contra o ódio, preconceito que luta contra o preconceito. E a alienação, a teoria malfadada do "foda-se", que nada mais é que uma demonstração extrema de egocentrismo para seres sociais que somos, cuja alegria, a não ser a dos psicopatas, pessoas doentes mentalmente, está ligada a uma interação satisfatória com o outro e com o mundo.
Tire todas as suas máscaras, não tenha vergonha. Olhe-se no espelho. Quem é mais forte, corajoso e humilde que aquele que, a tempo, assume para si mesmo quem é, e tenta mudar? Começar por onde? A bagunça é tanta... Uma dica: pequenas coisas geram grandes mudanças, enorme diferença.
Foco, força, fé e persistência. Destas, eu destacaria a persistência, em uma época em que tudo é efêmero, fugaz, fugidio, como uma foto ou um vídeo postados ontem que hoje já foram esquecidos, um momento que, de uma hora para outra, já passou. Tenha persistência humilde para, resilientemente, tornar-se quem você foi um dia, quem realmente é ou pode ser.
Até a próxima!
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