Bilhete ao pássaro à janela: a-mar

Fonte: Pexels/Reprodução

Eu volto a mim. Todo dia, casulo, céu e flor. O caminho é esse, não o inverso. Encontro mel até onde não há, faço meu néctar pra poder voar. 

Tenho andado por desertos, montanhas, vales, oceanos e infinitos inacreditáveis por muito tempo, desde que eu nasci. Nasci pra ser feliz. Se o medo me visita, logo abro a porta, saio e o deixo sem companhia. Morro de medo, às vezes. Mas o Medo já avisou: não viver enquanto o tempo corre é em vida a morte. E eu não tenho que sempre ser forte. Ser feliz, um dia de cada vez. Olha aí, um pássaro me avisou à janela: depende de mim! E o que não depende, entrego a Ti. Eu gosto de voos rasantes inesperados de uma asa só. Mergulhar. Mar é pra isso: a-mar. Convido-te: vem. Viver não mata tão fácil, não viver mata devagar.

Leila Krüger, 28 de fevereiro de 2023. Primeiro dia do ano colorido.

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