Quando o colaborador desiste

Ligia Molina é professora de gestão de pessoas
na IBE Conveniada FGV - 
Divulgação

Você deve estar pensando, "como assim, desistir do trabalho? Chutar tudo para o alto em plena crise?"
Pois é, mesmo correndo o risco de ficar meses parado, mesmo correndo o risco de ter uma queda significativa no padrão de vida, alguns profissionais estão remando contra a maré e desistindo de seus trabalhos.
O pior de tudo é ver que o líder e, algumas vezes, a própria área de recursos humanos não se espantam com isso. Quando essa situação ocorre, é fato que alguma coisa não está bem. Existe um problema que precisa ser entendido e principalmente resolvido.
O papel da área de recurso humanos dentro de uma empresa é muito maior do que garantir o pagamento correto dos colaboradores, é entender todo o contexto do negócio, é fomentar uma cultura baseada na ética e principalmente capacitar/apoiar a liderança e colaboradores.
Vejo também que, muitas vezes, a área de Recurso Humanos é colocada como uma área de menor valor na empresa (algo secundário). Isso está errado!! Como pode a área que cuida do bem maior da empresa (pessoas) não ter voz ativa?
O despreparo da liderança e uma área de recursos humanos ausente, faz com que a empresa perca bons profissionais para a concorrência.
Confesso que fico bastante chocada quando vejo a rotatividade gigante de determinadas cadeiras dentro de uma empresa. Não é normal que em menos de um ano, passe três pessoas por uma determinada posição.
O problema não é o salário pago, não são os benefícios oferecidos, é um conjunto de fatores que tornam o ambiente um lugar muito difícil de trabalhar.
Tudo precisa ser revisto: o processo de contratação, a integração de novos colaboradores, análise do clima da empresa, a cultura organizacional, a forma de gestão, a preparação da liderança para gestão de pessoas, o papel do RH, a posição dos donos ou CEOs de empresas.
Não vamos usar a pandemia como muleta, para escondermos problemas existentes nas organizações.
Muitos deverão estar pensando: este é o momento de pensarmos na sobrevivência do negócio.
Concordo plenamente, só que com um time motivado, pessoas engajadas com o propósito da empresa, tudo fica mais fácil de atravessar uma crise e fortalecer a empresa para a retomada da economia.
É momento de mudança em todos os sentidos.
Pense nisso!!
 Ligia Molina é professora de gestão de pessoas na IBE Conveniada FGV. É educadora corporativa e mentora de líderes.


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