Outubro Rosa: mês da prevenção do câncer de mama

Não pode descuidar: exames detectam microcalcificações e câncer de mama inicial, com alto índice de cura – alerta mastologista com especialização pelo Instituto Europeu de Oncologia

Com os tratamentos cada dia mais avançados, é possível atingir alto índice de cura nos casos de câncer de mama. Especialista alerta: o autoexame não substitui consultas e exames de imagem

 

 Dra. Mariana Rosario, ginecologista e mastologista - Foto divulgação

São Paulo, 17 de setembro de 2020 – Outubro está chegando e as mulheres serão bombardeadas com informações sobre o câncer de mama, afinal, este é o mês da campanha Outubro Rosa, de prevenção da doença. “Infelizmente, este ainda é o câncer que mais mata mulheres no Brasil e o que mais as ataca – ficando apenas atrás dos cânceres de pele do tipo não melanoma. Com a pandemia, muitas mulheres deixaram de passar por consultas e de realizar exames e, agora, é hora de recuperar o tempo perdido”, alerta a Dra. Mariana Rosario, ginecologista e obstetra.

Para ela, é preciso alertar as mulheres: apenas o cuidado médico preventivo é capaz de detectar o câncer de mama bem no começo, a tempo de tratá-lo com grandes chances de cura. “Fazer a rotina de exames, na época certa, é o que diferencia um tratamento com grandes chances de sucesso de um paliativo. A rotina de exames e consultas não evita que a paciente tenha câncer, mas faz com que consigamos detectá-lo bem no começo”, alerta.

E, para aquelas que acreditam que o autoexame de mamas substitui consultas e a mamografia, Dra. Mariana Rosario deixa um alerta: “Percebam que nem campanha de autoexame existe mais. Isso porque apenas equipamentos muito avançados são capazes de detectar até as menores calcificações e quando a mulher percebe algum nódulo, ele já está muito grande. Então, o correto é fazer ultrasson e mamografia, conforme a indicação para cada perfil de paciente”.

Para abordar o assunto com propriedade, a mastologista Mariana Rosario está à disposição da imprensa. Ela tem especialização pelo IEO – Instituto Europeu de Oncologia, em Milão, na Itália, um dos mais renomados do mundo, e pode falar sobre os temas mais atuais, como a polêmica das cirurgias em casos metastásicos, a redução dos efeitos colaterais da quimio e radioterapia, a terapia alvo, e o aumento da sobrevida das pacientes em estádio IV da doença, além, é claro, do alerta para a prevenção.

Dra. Mariana Rosario, ginecologista,
obstetra e mastologista - Foto 
divulgação

O tratamento do câncer hoje

O Instituto Nacional do Câncer considera as modalidades de cuidado do câncer de mama agrupadas em tratamento local (com cirurgia e radioterapia) e tratamento sistêmico (com quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica).

Segundo registros do Inca, para os tumores in situ, há uma prevalência de uso de tratamento local (em 62,6% dos casos) ou de local e sistêmico combinados (em 32,9% dos casos). Já para os grupos de estádio I, II e III, o tratamento combinado foi o mais utilizado, chegando a 70% dos casos. O tratamento sistêmico isolado foi utilizado em 47,2% dos casos de estádio IV, seguido dos tratamentos combinado, local e sistêmico.

Por que os tratamentos podem variar de paciente para paciente? “Porque o câncer de mama é uma doença que muda durante seu desenvolvimento, gerando novos comportamentos e respostas. Nunca é igual, de pessoa para pessoa. Por isso, exige um tratamento personalizado”, explica a médica.

Após a descoberta do câncer, o prazo médio de tratamento é de um ano. Existem casos em que há necessidade de cirurgia, que pode ser parcial – com retirada do tumor e de uma área sadia ao redor dele, chamada de área de segurança, para evitar que as células cancerígenas se multipliquem novamente – ou total, na chamada mastectomia total.

No caso da retirada total das mamas, é possível realizar a cirurgia plástica reconstrutora na mesma cirurgia de retirada, o que gera um grande ganho de autoestima para a mulher. Inclusive, o SUS – Sistema Único de Saúde garante isso às brasileiras, sem custo. Há algumas contraindicações, entretanto, para a reconstrução imediata: casos de tumores muito grandes e invasivos, pacientes com comorbidades, que possam aumentar o tempo cirúrgico e, consequentemente, colocar a vida da paciente em risco, e pacientes com problemas de cicatrização.

Terapia-alvo

Com a evolução do tratamento do câncer, surgiram drogas que identificam e atacam especificamente as células cancerígenas, causando pouco ou nenhum dano às células sadias do corpo.

Como o câncer se manifesta a partir da forma como as células crescem, se dividem e como elas interagem entre si, a terapia alvo funciona nas variadas etapas celulares, sendo eficaz até em casos em que a quimioterapia não responde.

No caso do câncer de mama, acredita-se que 20% das mulheres tenha uma proteína chamada HER2 que promove o crescimento do câncer, então, foi desenvolvida uma terapia medicamentosa para esse tipo específico de câncer, uma terapia alvo para o Câncer de Mama HER2.

Também existem terapias-alvo para outro tipo de câncer de mama, o Câncer de Mama Receptor Hormonal Positivo: são à base de hormonioterapia, inibidores de CDK4/6, que impedem que as células se dividam, podendo ser utilizados até na menopausa.

As terapias-alvo têm como objetivo tratar o câncer de maneira menos invasiva e mais eficiente, sendo uma opção a mais no tratamento. “É preciso, sempre, confiar na equipe médica que atua no caso, para que se encontrem soluções adequadas para a paciente, já que, repito, todo câncer de mama se comporta de maneira diferente”, enfatiza a médica.

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Escreva para: elenir@cranik.com - c/ Elenir Alves

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