Quando o silêncio significa não!

Por Cláudia Zambrana


Infelizmente todos os dias somos surpreendidos por noticias ou relatos de mulheres e meninas que são violentadas no Brasil e no mundo. Essas pessoas se manifestam muitas vezes após o silêncio da dor moral e física de anos silenciados pela vergonha do que aconteceu.

Como se a culpa houvesse sido delas!

Em meios a tantas noticias, acabamos lendo e absorvendo no cotidiano como algo normal e rotineiro as violências sexuais. Esquecemos que isso não é normal! E que muitas vezes esse silêncio nos torna cúmplice de um crime terrível.

E dentro desses acontecimentos terríveis, ainda por vezes escutamos comentários como: “Ela estava com uma roupa provocante ou ela nem se lembra do que aconteceu ou ela estava no lugar errado...”

Esses crimes de violência sexual rotineiros fazem parte da cultura do estupro que acaba por ser justamente uma normalização desse crime pela sociedade.

A sociedade de forma indireta muitas vezes compactua e estimula esse tipo de cultura inadequada e perversa, com comentários que insinuam a culpa da vitima. Assim como os ensinamentos aos meninos desde criança a serem pegadores e a não recusarem uma mulher quando ela aparenta estar disposta ao sexo.

Isso deve mudar. O que a sociedade e nós, pais, devemos ensinar aos nossos meninos é que uma relação sexual só pode acontecer se ambas as partes consentirem de forma clara. Um silêncio não significa permissão, nunca! E um não, sempre será não!

A sociedade é formada por regras e ensinamentos morais, que por muitas vezes são apenas pensamentos e não atitudes, infelizmente. Está na hora de colocar em prática na vida, aquilo que muitas vezes são apenas frases faladas ou escritas. Devemos colocar em prática que uma mulher é livre para sair, se vestir e andar como quiser, sem que seja vista como um objeto sexual.

Por vezes em uma brincadeira entre crianças, naquela história de um beijo de brincadeira, acaba se ensinando a uma menina que um beijo forçado é atraente, sedutor ou até bonitinho. De forma indireta ao fazer isso estará mostrando que violência sexual é normal e que se isso ocorrer o que ela poderá fazer é aceitar a situação.

A violência sexual não é normal. Não podemos aceitar a normalização desse ato.  

Os agressores na maioria das vezes tratam com normalidade esse acontecimento. E durante esses acontecimentos, não existe uma pessoa entre eles, que enfrente e não permita que a violência ocorra.

Isso quando ainda não fazem filmagens ou fotos para circularem como se fosse um troféu ter violentado uma pessoa que na maioria das vezes nem estava consciente do que estava acontecendo.

O estupro é caracterizado como ausência de consentimento. Dessa forma, não importam as circunstâncias, se foi contra a vontade própria da pessoa ou ela está desacordada é crime, e deverá ter punição do agressor e não da vitima, como ocorre na maioria das vezes.

Ao invés do agressor ter vergonha do que fez, são as vitimas que acabam  se sentindo responsáveis e culpadas pela violência que sofreram e ficam com vergonha de denunciar, passando por anos de silencio, traumas e dor.

Não podemos nos silenciar diante de tal absurdo.

 Essa cultura do estupro, da objetificação as mulheres, isso deve mudar.

E isso só vai mudar quando cada um de nós passarmos a entender que o silêncio significa não! E que não devemos nunca aceitar como normal a violência sexual.



Sou escritora, advogada, estudante de psicologia, mãe de três e casada. Gosto de escrever sobre os mais diversos temas, sempre com uma história diferente e afetiva, sou categórica em afirmar que nada acontece por acaso. 

Instagram: @claudiazambrana.l



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Comentários

  1. Temos que mudar essa cultura que está enraizada na nossa sociedade. Para que isso aconteça, não pudemos nos calar e a grande mudança está como educamos as futuras gerações.

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