Infelizmente todos os dias somos surpreendidos por noticias ou relatos de mulheres e meninas que são violentadas no Brasil e no mundo. Essas pessoas se manifestam muitas vezes após o silêncio da dor moral e física de anos silenciados pela vergonha do que aconteceu.
Como se a culpa houvesse sido delas!
Em meios a tantas noticias, acabamos lendo e absorvendo
no cotidiano como algo normal e rotineiro as violências sexuais. Esquecemos que
isso não é normal! E que muitas vezes esse silêncio nos torna cúmplice de um
crime terrível.
E dentro desses acontecimentos terríveis, ainda por vezes
escutamos comentários como: “Ela estava com uma roupa provocante ou ela nem se
lembra do que aconteceu ou ela estava no lugar errado...”
Esses crimes de violência sexual rotineiros fazem parte
da cultura do estupro que acaba por ser justamente uma normalização desse crime
pela sociedade.
A sociedade de forma indireta muitas vezes compactua e
estimula esse tipo de cultura inadequada e perversa, com comentários que
insinuam a culpa da vitima. Assim como os ensinamentos aos meninos desde
criança a serem pegadores e a não recusarem uma mulher quando ela aparenta estar
disposta ao sexo.
Isso deve mudar. O que a sociedade e nós, pais, devemos
ensinar aos nossos meninos é que uma relação sexual só pode acontecer se ambas
as partes consentirem de forma clara. Um silêncio não significa permissão,
nunca! E um não, sempre será não!
A sociedade é formada por regras e ensinamentos morais,
que por muitas vezes são apenas pensamentos e não atitudes, infelizmente. Está
na hora de colocar em prática na vida, aquilo que muitas vezes são apenas
frases faladas ou escritas. Devemos colocar em prática que uma mulher é livre
para sair, se vestir e andar como quiser, sem que seja vista como um objeto
sexual.
Por vezes em uma brincadeira entre crianças, naquela
história de um beijo de brincadeira, acaba se ensinando a uma menina que um
beijo forçado é atraente, sedutor ou até bonitinho. De forma indireta ao fazer
isso estará mostrando que violência sexual é normal e que se isso ocorrer o que
ela poderá fazer é aceitar a situação.
A violência sexual não é normal. Não podemos aceitar a
normalização desse ato.
Os agressores na maioria das vezes tratam com normalidade
esse acontecimento. E durante esses acontecimentos, não existe uma pessoa entre
eles, que enfrente e não permita que a violência ocorra.
Isso quando ainda não fazem filmagens ou fotos para
circularem como se fosse um troféu ter violentado uma pessoa que na maioria das
vezes nem estava consciente do que estava acontecendo.
O estupro é caracterizado como ausência de consentimento.
Dessa forma, não importam as circunstâncias, se foi contra a vontade própria da
pessoa ou ela está desacordada é crime, e deverá ter punição do agressor e não
da vitima, como ocorre na maioria das vezes.
Ao invés do agressor ter vergonha do que fez, são as vitimas
que acabam se sentindo responsáveis e
culpadas pela violência que sofreram e ficam com vergonha de denunciar,
passando por anos de silencio, traumas e dor.
Não podemos nos silenciar diante de tal absurdo.
Essa cultura do
estupro, da objetificação as mulheres, isso deve mudar.
E isso só vai mudar quando cada um de nós passarmos a entender que o silêncio significa não! E que não devemos nunca aceitar como normal a violência sexual.
Instagram: @claudiazambrana.l
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Temos que mudar essa cultura que está enraizada na nossa sociedade. Para que isso aconteça, não pudemos nos calar e a grande mudança está como educamos as futuras gerações.
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