Teoria feminista: um livro para mudar você

              Não. Feminismo não é só queimar sutiãs em praça pública. Ou sair às ruas nua, ou sem se depilar, ou urrando ódio aos homens, com cartazes mais do que ousados.  

O feminismo tem muitas correntes, como todo movimento sociocultural: algumas mais radicais, outras, menos. Mudam teorias, práticas, expectativas, visão de mundo... O feminismo é Simone de Beauvoir – a mais célebre, notadamente com sua obra “O segundo sexo” -, Angela Davis, Chimamanda Ngozi Adichie, Judith Butler, Djamila Ribeiro e muito mais. O feminismo está mudando junto com a nossa sociedade.

Para começar, vou definir basicamente o que é feminismo em termos gerais, baseada na Wikipédia (que não deveria ter essa fama tão pejorativa, na maioria dos casos):

“Feminismo é um conjunto de movimentos políticos, sociais, ideologias e filosofias que têm como objetivo comum: direitos equânimes e uma vivência humana por meio do empoderamento feminino e da libertação de padrões patriarcais, baseados em normas de gênero.”

CONJUNTO DE MOVIMENTOS POLÍTICOS, SOCIAIS, IDEOLOGIAS E FILOSOFIAS

Bem, vamos direto ao ponto: hoje, quero apresentar um livro que tem “estremecido” as estruturas do pensamento feminista atual. Falo de “Teoria feminista: da margem ao centro”, da autora Bell Hooks (Gloria Jean Watkins), tradução de Rainer Patriota e prólogo de Cláudia Pons Cardoso. Comprei recentemente esse livro, interessada nas ótimas críticas e pela curiosidade e empolgação de algo mais amplo e novo no cenário às vezes tão extremista do feminismo pós-moderno – a Pós-Modernidade, tão cansada está das amarras de outrora, por vezes se fecha em doutrinações agressivas e minimalistas, certo? Às vezes.

Fonte: Amazon.

Vejamos a sinopse do livro, faço questão de a apresentar a você. Não se assuste com o tamanho, vale a pena (acho eu):

                Crítica e propositiva, Bell Hooks defende uma revolução feminista que transcenda reformas, com enfrentamento das ideologias do sexismo, do racismo e do capitalismo, entre outras. Defender o feminismo é não admitir qualquer tipo de opressão sobre (ou entre) mulheres. É considerar homens como potenciais opressores, mas também potenciais camaradas na luta. Em linguagem acessível, a autora faz críticas aos problemas ainda atuais do feminismo, que costuma ser branco, de classe média, acadêmico, heteronormativo e desigual. Em contrapartida, propõe a revolução feminista idealizada por mulheres negras. Diferentes mulheres, provenientes do centro e das margens, em solidariedade política, com a parceria de homens, tendo como foco a ressignificação das relações. A revolução feminista negra é uma luta por libertação, de todxs. Obra basilar do feminismo negro que, ao abordar os processos de opressão das mulheres negras, das mulheres situadas na margem, dá sentido à centralidade da luta feminista, ao enfrentamento do racismo patriarcal heteronormativo. Feminismo é um compromisso ético, político, teórico e prático com a transformação da sociedade a partir de uma perspectiva antirracista, antissexista, antilesbofóbica, anti-homofóbica, antitransfóbica, anticapitalista. Teoria Feminista: Da Margem ao Centro é, assim, uma convocação para a construção de uma nova ordem social.”

                Muita coisa para você? Talvez até para mim. Mas é nas “muitas coisas” que nos encontramos, que “pinçamos” aquilo que nos responde, nos situa, nos explica, ou ao menos nos traz os questionamentos certos.

                Então, quero indicar esta magnífica obra a você, disponível em e-book ou brochura – o preço é quase o mesmo – seja você mulher, homem, trans... É um livro que trata, afinal, de pessoas. Seres humanos! É isso que importa! Não a cor do cabelo, o número de tatuagens, sutiãs queimados – houve uma época em que talvez tenha sido necessário o incêndio do maior símbolo da mulher emancipada, não julguemos.

                Você reparou a frequência da palavra “anti” na sinopse? Que, hoje, as estruturas rígidas e opressivas tendem a se derreter? Por vezes até demais... Ao mesmo tempo, temos extremismos – como diz o livro, da margem ao centro – e atos violentos que, você sabe, a História ensina, nunca funcionaram no sentido de fazer a humanidade evoluir, senão tecnológica e economicamente.

                Enfim, este livro é para você, que é feminista, que não é feminista, que acredita em um novo feminismo, que é feminista tradicional, radical, que é homem tentando entender as mulheres, que é você.

Estamos, verdade, passando pela edificação de uma nova ordem social – como a sinopse delineia – e todos nós somos parte disso, inclusive TODAS nós.

Convido você a ler comigo “Teoria feminista: da margem ao centro”. Ninguém me pagou para fazer propaganda. Eu jamais faria publicidade daquilo em que não acredito, ou, pior, daquilo de que discordo.

Convido você a pensar. A construir. A desconstruir, também.

Vamos refletir sobre o papel e as perspectivas da mulher na Era Digital, Era da Imagem e Pós-Modernidade Líquida de Zygmunt Bauman? O que se dilui, novamente vai se solidificar. Precisamos de estruturas. Estamos em uma época “à deriva”. Mas a solidificação de novos paradigmas não necessariamente se dará com rigidez: principalmente, com abrangência e convicção.

Bell Hooks é uma feminista já bem conhecida no cenário mundial, e essa é apenas mais uma obra sua. “Apenas” no sentido de que: leia-a, ela é profícua. Recomendo. E, se você não gosta de feminismo ou o acha um tanto ameaçador, deixo uma frase de Bell Hooks para que pense no porquê de realmente lutarmos, nós mulheres, nós seres humanos:

“No momento em que escolhemos amar, começamos a nos mover contra a dominação, contra a opressão. No momento em que escolhemos amar, começamos a nos mover em direção à liberdade, a agir de formas que libertam a nós e aos outros.”

Amor não é sempre a resposta, principalmente quando se fala em autoestima?

Substitua “feminismo” por “amor ao próximo”, ou “direitos iguais”, e terá encontrado o caminho. O caminho do seu próprio coração, que é o que realmente importa.

*Saiba como publicar, anunciar ou divulgar na próxima edição da revista Projeto AutoEstima, com dicas sobre saúde, beleza, gastronomia, estética, cultura, moda, maquiagem, esporte, literatura e bem estar.

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