Clarice Lispector, para mim - e Leandro Karnal, o grande filósofo brasileiro dos nossos tempos -, foi a melhor escritora que já existiu em língua portuguesa. E talvez possamos envolver outras línguas, a língua do mundo. Eu a defino como a escritora que melhor soube expressar a vida, o mundo e os recônditos mais profundos dos sentimentos, a essência da alma. Clarice foi agraciada pelos Céus com um dom raro - o de ser uma escritora genial e única.
No dia 10 de dezembro de
2020, comemoramos os 100 anos
de seu nascimento. Várias
homenagens foram e ainda estão sendo feitas, pena que prejudicadas
pela epidemia de Covid.
Nascida Haia Lispector, em Tchetchelnik, aldeia da Ucrânia, era a terceira filha de um casal de judeus, o comerciante Pinkouss e Mania Lispectorna. ainda bebê, em 1922, veio para o Brasil com seus pais, fugindo, dizem, de um suposto antissemitismo, em voga na Europa. Tendo a perda precoce de sua mãe, o pai foi sempre um incentivador de suas leituras e reflexões.
Seu livro de estreia foi escrito com tenros 22 anos, lançado em seus 23, o premiado romance Perto do coração selvagem (1943). Outros de seus livros mais aclamados foram A paixão segundo G.H. (1964) e A hora da estrela (1977). Ela se firmou como contista com as obras Laços de família (1960) e A legião estrangeira (1964), tendo escrito crônicas e literatura infantojuvenil, além de poesias.
Casada com um diplomata, viveu em diversos países, vida nobre
que alegava não apreciar. Largou tudo, inclusive o casamento, com dois filhos
pequenos, e veio se radicar no Recife. Sempre se considerou recifense,
prosseguindo sua conturbada vida amorosa e pessoal – como a de todo(a) grande escritor(a).
Morreu cedo, pouco antes de completar 57 anos, por um câncer de
ovário em estágio avançado, mas foi o suficiente para nos deixar vasto legado.
Sua escrita é incomparável e, hoje, aclamada internacionalmente
ao lado de nomes como Virginia
Woolf.
Pode-se dizer que as frases da mulher que tinha olhos de gato, como a definiram, a que tudo viu, são as mais famosas e compartilhadas na Internet brasileira hoje – muitas vezes erroneamente transcritas.
Ah,
Clarice também chegou a pintar quadros, embora fosse formada em uma área bem
diferente – Direito, pelo qual dizia ser apaixonada – e tenha trabalhado como
jornalista e professora. Veja aqui o acervo do seu site.
Vamos dar uma olhada em 10 das mais conhecidas e belas citações de Clarice Lispector, presentes em seus livros?
1 Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta
continuarei a escrever.
2 Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de
sentir, de entrar em contato…
Ou toca, ou não toca.
3 Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe
qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.
4 O pecado me atrai, o que é proibido me fascina.
5 Escrevo
como se somam três algarismos. A matemática da existência.
6 Liberdade é
pouco. O que eu desejo ainda não tem nome.
7 Mas o que é
verdadeiramente imoral é ter desistido de si mesma.
8 Renda-se, como
eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece, como eu mergulhei. Não se preocupe
em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.
9 E, antes de aprender a ser livre, tudo eu aguentava, só
para não ser livre.
10 A vida, meu amor, é uma grande sedução onde tudo o que existe se seduz.
Clarice Lispector, com sua escrita e coragem, seduziu a quem quis!
Certamente, nunca será esquecida. Especialmente para aqueles que provaram suas obras feitas de alma pura, transparente, sensibilizada e ao mesmo tempo forte e sagaz.
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