5 Poemas de Mario Quintana

 

Poeta e tradutor brasileiro Mario Quintana nasceu 30.07.1906 e morreu 05.05.1994
Foto divulgação



Os poemas são pássaros que chegam

não se sabe de onde e pousam

no livro que lês.

Quando fechas o livro, eles alçam vôo

como de um alçapão.

Eles não têm pouso

nem porto;

alimentam-se um instante em cada

par de mãos e partem.

E olhas, então, essas tuas mãos vazias,

no maravilhado espanto de saberes

que o alimento deles já estava em ti...

Mario Quintana



Quem Sabe um Dia

Quem sabe um dia

Quem sabe um seremos

Quem sabe um viveremos

Quem sabe um morreremos!


Quem é que

Quem é macho

Quem é fêmea

Quem é humano, apenas!


Sabe amar

Sabe de mim e de si

Sabe de nós

Sabe ser um!


Um dia

Um mês

Um ano

Um(a) vida!

Mario Quintana



Quando eu for, um dia desses,

Poeira ou folha levada

No vento da madrugada,

Serei um pouco do nada

Invisível, delicioso


Que faz com que o teu ar

Pareça mais um olhar,

Suave mistério amoroso,

Cidade de meu andar

(Deste já tão longo andar!)

E talvez de meu repouso...

Mario Quintana



Quero todo o teu espaço

e todo o teu tempo.

Quero todas as tuas horas

e todos os teus beijos.

Quero toda a tua noite

e todo o teu silêncio.

Mario Quintana



Um poema como um gole d'água bebido no escuro.

Como um pobre animal palpitando ferido.

Como pequenina moeda de prata perdida para sempre na

[floresta noturna.

Um poema sem outra angústia que a sua misteriosa condição

[de poema.

Triste.

Solitário.

Único.

Ferido de mortal beleza.

Mario Quintana


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