Entrevista com Roberto Schima, coautor da antologia (e-book) SONHOS POÉTICOS da Revista Projeto AutoEstima

Paulistano e neto de japoneses, nascido em 01/02/1961. Agraciado com o "Prêmio Jerônymo Monteiro", promovido pela "Isaac Asimov Magazine" (Ed. Record), com a história "Como a Neve de Maio". Contemplado nos concursos: "Os Viajantes do Tempo" e "Os Três Melhores Contos", ambos pela revista digital "Conexão Literatura", com a qual passou a colaborar a partir do nº 37. Contemplado no "Concurso Literário de Poemas da revista Projeto AutoEstima" com o texto "Comece a se Amar". O conto "Ao Teu Dispor" foi premiado como conto destaque na antologia "Crocitar de Lenore" (Ed. Morse). Participou de mais de sessenta antologias, incluindo "Sonhos Poéticos - Poemas e Contos" e "Penso, Logo Escrevo", ambos pela revista Projeto AutoEstima. Escreveu: "Limbographia", "Sob as Folhas do Ocaso", "Cinza no Céu" etc.

ENTREVISTA:

Revista Projeto AutoEstima: Poderia contar para os nossos leitores como foi o seu início no meio literário?

Roberto Schima: Embora gostasse de escrever desde garoto, meu início “de verdade” foi um tanto tardio, por volta dos vinte e sete anos, quando tive em mim despertado o desejo de publicar um livro de contos. Naquela época não havia a Internet. Meus originais eram datilografados. Precisava tirar cópias em xerox. Utilizava os serviços dos Correios. Acabei reunindo algumas histórias e, sob o cacófato título de “Pequenas Portas do Eu”, publiquei-o via produção independente através da editora Scortecci em 1987. No ano seguinte, descobri o CLFC (Clube de Leitores de Ficção Científica) através de um panfleto pendurado em um sebo da capital paulista. A partir daí, comecei a exercitar a escrita através de seu fanzine, Somnium, e, por tabela, em outros fanzines que exploravam esse gênero literário.

Revista Projeto AutoEstima: Você participou da antologia (e-book) "Sonhos Poéticos" da Revista Projeto AutoEstima. Poderia comentar?

Roberto Schima: A princípio, confesso, fiquei um tanto intimidado. Por quê? Não sou poeta! Embora eu me aventure a escrever versos em momentos de maior introspecção, raros são os textos que, para o meu gosto pessoal, sobrevivem a releituras posteriores. E, mesmo assim, ao escrevê-los, são em geral curtos, flashes de um instante, alguma divagação específica, uma recordação. Não me via com cacife para participar da antologia com um poema de até quatro páginas. Podia ser menos, bem sei, todavia, aí entra em cena uma idiossincrasia minha. Se eu tinha a disposição até quatro páginas, não me via enviando um poema de poucas estrofes. Precisava escrever mais! Simultaneamente, como escrever uma poesia longa? O que me animou foi a aceitação de contos. Todavia... Um momento! Um conto que tivesse algo de lírico em suas linhas para fazer jus a sua participação na antologia. Felizmente, em se tratando de prosa poética, eu encontrava maior facilidade e aptidão, apreciador que sou dos contos de Ray Bradbury e para não deixar de mencionar o conto “Sonata”, de Érico Veríssimo. Com isso em mente, sobre o quê escrever? Temos vivido momentos difíceis em razão da pandemia e eu me sentia um tanto pessimista, cético, desgostoso com tudo o que percebia ao redor. Eu não desejava escrever algo nesse tom cinzento e pantanoso. Queria que fosse algo bonito, liberador, melancólico, mas não mal-humorado! De repente, veio-me a lembrança um conto que eu escrevera, ambientado no norte do Canadá, do qual eu gostara muito, intitulado “A Floresta das Almas Perdidas”, publicado no nº 39 da revista digital “Conexão Literatura” (http://www.fabricadeebooks.com.br/conexao_literatura39.pdf). Quis reencontrar aquele cenário de coníferas, neve e auroras boreais. Para isso, muito contribuiu assistir aos belíssimos vídeos da YouTuber sueca Jonna Jinton, ambientados em regiões inóspitas de seu país. Assim, inspirado na figura dela, surgiu o texto “A Princesa da Neve”, que integrou a antologia “Sonhos Poéticos”. Um adendo: desculpe-me pela extensão desta resposta. Eu não disse que sou de escrever bastante?

Revista Projeto AutoEstima: Conte mais sobre a sua experiência em participar desta antologia.  

Roberto Schima: Foi motivo de muita satisfação, seja pelo esmero gráfico da diagramação que eu já conhecia de trabalhos anteriores de Ademir Pascale, seja pela oportunidade em poder divulgar meu trabalho para um público diferente, mas – e principalmente – pela consideração e estima que sinto pelo Ademir e a editora da revista Projeto AutoEstima, Elenir Alves. Ei, vocês dois, é muito chato escrever desse jeito, formal... Abração bem grande, gente!

Revista Projeto AutoEstima: Poderia destacar um trecho do seu texto desta antologia especialmente para os nossos leitores? 

Roberto Schima: Gosto dessas linhas iniciais, que, espero, trazem a magia e esplendor do Grande Norte.

            Em minha cabana de madeira, pergunto-me até hoje se aquilo que aconteceu foi real ou fruto de uma mente solitária. Sei alguma coisa sobre a realidade, porém, nada entendo sobre sonhos e o diáfano esplendor do etéreo.

            Mas no Grande Norte, tudo parece estar envolto por uma aura de irrealidade, isso eu reconheço.

            Sei muito pouco, quase nada, a respeito dela. Isso me frustra, mas o mistério faz parte da magia (...)

            Ela surgiu mansamente entre os cristais de gelo, a bruma branca, a brisa ártica e o primeiro arrepio do outono. E tão silenciosa quanto (...)

            Não me recordo de seu nome. O som era como o soprar do vento entre os pinheiros, ciprestes e abetos. Fosse como fosse, não importava. Para mim, ela sempre seria conhecida pelo apelido que lhe dei: A Princesa da Neve. E, assim, sempre seria para mim.

Revista Projeto AutoEstima: Quais dicas daria aos autores que desejam participar de concursos literários?

Roberto Schima: A princípio, devo dizer que não me considero a altura de dar conselhos sobre como alguém poderia proceder para ter êxito em concursos literários. Não creio que exista uma fórmula para isso. Fui afortunado em relação àqueles nos quais fui contemplado. Entrementes, há coisas básicas que tento seguir. Por exemplo, ficar atento à gramática. Ah, mas que ninguém se iluda: detestava Português nos tempos de escola: Surpresa? Sim, é algo paradoxal vindo de um contista. Mas isso aconteceu e acompanhou-me por muito tempo. Tive que caminhar sobre pedras e continuo a ter inúmeras falhas. E elas me acompanharão até o fim. Faz parte da riqueza, complexidade e beleza de nosso enlouquecedor idioma. Hoje, posso dizer que fiz as pazes, embora saia no tapa às vezes. Procuro amenizar os erros consultando a Internet sempre que estou escrevendo. Outra coisa é atentar à leitura, buscar livros cujos autores aprecie, seja pela maneira que escreve, os enredos, o gênero literário. No início dessa entrevista, mencionei o conto “Sonata” de Érico Veríssimo. A história é de uma elegância ímpar, misteriosa e mágica. Uma verdadeira aula. E, por fim, uma revelação: não sou fã de concursos... Chocado(a)? Participei de mais de sessenta antologias, mas em relação a concursos, foram menos do que os dedos de uma única mão. Por quê? Eu escrevo por puro deleite, porque eu gosto, para agradar a mim próprio. De tudo o que falei acima, isso é o que considero fundamental. Minha realização não é o voto majoritário do júri, mas terminar uma história e sentir que valeu a pena. Se outros apreciarem, melhor ainda, é claro, todavia isso jamais será o alicerce sobre o qual escrevo. Ser aprovado em um concurso faz bem para o ego e pode até abrir algumas portas, porém, ter a liberdade de dar vida e amar um mundo ao qual criou faz bem para a alma.

Revista Projeto AutoEstima: Como o leitor interessado deverá proceder para saber mais sobre você e o seu trabalho literário?

Roberto Schima: Tenho cerca de duas dezenas de textos no Wattpad. Colaboro com a revista digital “Conexão Literatura” desde o seu nº 37 (atualmente está no nº 69) e participei da maior parte das antologias que ela lançou. Também participei de algumas edições das revistas “Projeto AutoEstima” e “LiteraLivre”. Meus livros estão disponíveis na Amazon, Clube de Autores, agBook e Uiclap. Quanto as antologias, informações podem ser obtidas pesquisando-se meu nome no Google, sendo que algumas delas estão disponíveis nas já mencionadas Amazon e Uiclap. Meu e-mail é rschima@bol.com.br e o Instagram é @robertoschima.

Revista Projeto AutoEstima: Existem novos projetos em pauta?

Roberto Schima: Continuarei a participar de antologias e revistas digitais. Oportunamente, espero reunir meus contos esparsos em antologias solos, a exemplo do que fiz em “Limbographia”, “Sob as Folhas do Ocaso” e “Cinza no Céu”.

Perguntas rápidas:

 Um livro: “Os Frutos Dourados do Sol”, Ray Bradbury

Um (a) autor (a): Érico Veríssimo

Um ator ou atriz: Anthony Quinn

Um filme: “A Ponte de Waterloo” (Waterloo Bridge, 1940, Mervyn LeRoy)

Uma recordação em especial: Quando nossa filhote peluda, Loba, partiu.

Revista Projeto AutoEstima: Deseja encerrar com mais algum comentário?

Roberto Schima: Agradeço a oportunidade em participar da antologia “Sonhos Poéticos”. Espero que tenha sido do agrado do(a) leitor(a). Pessoalmente, foi gratificante poder imergir naquele universo gelado, deixar-me envolver por sua imensidão, seu silêncio e os espíritos da neve que vagueiam por seus cenários. Aos que gostam de escrever, desejo inúmeros mergulhos em seus universos interiores. Muitas histórias rondam na escuridão, somente aguardando a oportunidade de vir à luz. Haja luz! Abraço.


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Instagram: www.instagram.com/revistaprojetoautoestima  

Comentários

  1. Para os curiosos, poderão encontrar meus contos, por exemplo, no Wattpad (https://www.wattpad.com/user/RobertoSchima) e, conforme a entrevista, a partir do nº 37 da revista digital "Conexão Literatura" (http://www.revistaconexaoliteratura.com.br/p/edicoes.html). Obrigado!

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