Talvez um dia você tenha perdido a pessoa incrível que foi: sua essência, sua alegria simples, seus sonhos. É possível recuperar a si mesma(o)!
Um dia você acreditava em seus sonhos - ainda que sem os pés no chão.
Um dia você ria mais fácil, não levava tudo tão à sério.
Um dia seu coração esteve menos cansado, mais expandido, cabia um mundo inteiro!
Um dia você teve mais fé na vida, nas pessoas, no Bem que vence o Mal, em seu futuro.
Um dia você foi feliz, ainda que não soubesse. Ou, no fundo, sabia!
Muita gente se perdeu faz tempo. Como uma peça que foi se enferrujando, endurecendo, perdendo a ternura, a capacidade de amar e suportar - o amor exige doação. Muita, mas muita gente se perdeu na pandemia, ao perder entes queridos, amigos do peito, ao quase morrer, ao viver sob o medo constante de se contaminar e infectar quem ama, ao perder todo ou quase todo o seu dinheiro. Muita gente deixou que se enlevassem antigos ódios, ou novos rancores, a desesperança, o preconceito, o egoísmo, a falta de amar e de amor - não sem razão de ser.
Nós sabemos o caos em que o mundo está mergulhado, e, em especial, nosso Brasil verde e amarelo onde gorjeavam os sabiás que não gorjeavam como lá - para lembrar Gonçalves Dias.
Não importa em que momento você se perdeu, ou que perda a(o) fez se perder, não importa em que instante do caminho você parou, ou foram os anos de solidão, não importa se você tem 8 ou 80 anos, se tem milhões no banco e um cofre vazio no coração, se você se sente apenas um oco: não importa em que momento tudo isso se tornou realidade para você, porque vida é o que a gente sente dentro da gente, e não há quem negue.
Mas você pode voltar.
Voltar a si mesma(o), apesar de o tempo ter passado, de tudo ao redor estar em constante mudança, da pandemia, das doenças, do medo e da tristeza que há na vida - o pulso ainda pulsa, para lembrar os Titãs.
E, se não souber como voltar, dê-se um tempo. Pare. Pense. Reflita. Aprenda. Reaprenda-se, refaça-se, ame-se outra vez - só assim poderá doar o verdadeiro amor, ninguém dá o que não possui.
Quero lhe entregar palavras de esperança em um céu cinzento, em ruas encharcadas de sangue, em um mundo que viu lágrimas se abundarem mais que os sorrisos. Quero lhe dizer o que Clarice Lispector me disse no ouvido uma vez: "Perder-se também é caminho". Às vezes é necessário perder-se, inclusive, para poder voltar muito melhor.
"...E de qualquer luta ou descanso me levantarei forte e bela como um cavalo novo" - Clarice, sempre ela, que tantas vezes se ergueu forte e bela como um cavalo novo, ainda que "velho". Esse é o final de seu livro de estreia, escrito com apenas 22 anos, um de meus preferidos, Perto do coração selvagem.
Não se preocupe: só é o fim se você acreditar que é. Lute como uma(um) guerreira(o), e, se tiver de chorar, gritar e se desesperar, que tudo passe você se reencontre - tudo passa.
Procure saber quem você foi, quem é, quem pode se tornar. Não se trata de remoer o passado, mas de aprender com ele e construir um futuro.
Rompa seus muros, arrisque-se, fuja, volte, desista, insista, jogue tudo para o alto de repente, recolha os restos, tente novamente todo dia, porque, lá vou eu de Clarice outra vez, que hoje ela olha por mim: não é um dia a dia, mas uma vida a vida. E, se você ainda está neste mundo, é porque ele precisa de você.
Você não nasceu em vão, não se perca sem se reencontrar!
Tenha uma boa semana!
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