Cansada de escrever e ler sobre doenças, pandemia, politica; e cansada de tentar justificar a importância de buscarmos a nossa felicidade em meio ao caos. Estou buscando fragmentos de pensamentos para conseguir escrever algo que não seja sobre isso.
Foi assim que me surgiu o leve pensamento sobre o ano que se inicia e, com isso, os questionamentos a seguir.
Você se lembra de como foi sua noite de réveillon? Você se lembra de alguma promessa ou pensamento feito naqueles segundos antes de virar o ano?
Como sempre faço, tenho o hábito de escrever uma carta para mim mesma, em tom futurístico, como se quisesse me lembrar de fatos que fossem igualmente importantes no futuro.
Hoje, passados 28 dias do início do ano, já tive que pegar essa carta para ler, pois percebi que velhos hábitos estavam se repetindo e não era isso que a minha “eu” do passado havia planejado para essa “eu” do futuro.
Veja o que eu deixei escrito:
“Início de 2022” e aqui estamos novamente, recomeçando e tentando fazer quase tudo diferente.
Vou começar tentando cuidar um pouco mais de mim! Preciso largar o hábito de querer cuidar do mundo e esquecer de mim.
Prometo que neste ano irei mais vezes na academia, nem que seja para uma aula rápida de aeróbica. Assim como quero aprender a me livrar da culpa que carrego em mim quando me nego a ajudar a alguém, afinal às vezes sou eu quem está precisando de ajuda.
Não posso esquecer da importância de começar o meu curso de italiano, já estou adiando demais isso.
E preciso me organizar para começar o voluntariado no hospital oncológico.
Espero terminar o ano de 2022 com essa lista completa.
Infelizmente, fui interrompida por um telefonema de uma amiga. Perdemos mais um amigo para a COVID-19. Ele não havia se vacinado com a segunda dose, com receio das reações.
Vou deixar isso gravado em minha carta para me lembrar que, na verdade, o que mais quero para 2022 é:
Saúde, vida, paz, segurança e um país vacinado contra a ignorância.
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