O mundo é e sempre foi um lugar difícil de se habitar. É que ele é composto por bilhões de pessoas, e, bem, a natureza humana, como a Ciência e a prática nos mostram, não é "lá aquelas coisas"... Uma das dificuldades que mais têm o poder de nos estressar, entristecer e irritar, é gente querendo se intrometer na nossa vida ou em nossos pensamentos, o que é diferente de aconselhar ou dialogar com respeito.
Assim, semeiam discórdia, espalham fofocas, ou mesmo difamam ou caluniam (muitas vezes com mentiras) gravemente. Os motivos são muitos, como inveja, maldade, "falta do que fazer" ou para criar laços com outros fofoqueiros, se inserir em um grupo, uma "panelinha", destilar sua infelicidade, e, é claro, esfregar na cara dos outros os piores lados da milenar natureza humana.
Você costuma escutar tudo o que falam sobre você? E, quando falam, imediatamente se abala e tenta mudar de pensamento ou comportamento? Você tem mesmo raízes, convicções, sem deixar a necessária flexibilidade da vida de lado? Ou você é aquela pessoa que está sempre falando dos outros, apontando o dedo (um para eles, três para você), criando desentendimentos, e, quem sabe, até ficando satisfeito(a) (mesmo sem perceber) com isso? Assim, você quem sabe se sinta alguém importante... O(a) instaurador(a) do caos, o baluarte da verdade, a pessoa popular, que sabe de tudo e de todos.
As pessoas sempre fofocaram, falaram (muito mais mal que bem) umas das outras, até castigaram ou mataram quem pensasse diferente. Isso é natureza humana. Mas não significa que tenhamos de agir assim. Graças a Deus, temos maus exemplos a não seguir. Há um ditado mais ou menos assim: "Pessoas pequenas falam de pessoas, pessoas normais falam de fatos, grandes pessoas falam de ideias". Falar de outras pessoas e de fatos é inevitável, somos humanos, mas como é melhor falar de ideias, de coisas positivas, criar ambientes melhores, se divertir, construir juntos. E ter honestidade, tratando diretamente com a pessoa com quem tem de tratar, em vez de a difamar; muitas vezes são apenas suposições: "vi fulano com tal pessoa, deve estar tendo um caso", "fulano vendeu o carro, deve estar falindo" etc. Será que não é isso que você deseja? Você guarda tanto mal dentro de você mesmo(a)?
Muita gente gosta de ver o "circo pegar fogo" e a "grama do vizinho secar". Até pode ser a tendência de muitos de nós, da natureza humana, mas vale a pena tentar ser diferente!
Então, que tal nos propormos um desafio de evitar falar mal de outras pessoas, tratar diretamente com elas ou com quem as representa no caso de qualquer problema, ou até relevar? Se ficarmos olhando para o lado ruim das pessoas e das coisas o tempo todo, isso só despertará o pior que temos em nós. "Olhos bons veem coisas boas, olhos maus veem coisas más", já pregou Jesus Cristo, e, seja você ateísta ou não, Ele estava certo. "Não vemos o mundo como ele é, mas como nós somos", parafraseou a genial escritora Anaïs Nin.
Foque em você mesmo(a), em ser sua melhor versão. Em seus projetos, mas não saia contando por aí, há muitos fofoqueiros e "olhos gordos", muita gente tentando desanimar quem ousa tentar, ou que vai achar você metido/a. Foque em amar mais os que você ama, selecionar mais o que e quem você ouve, escute sua consciência, seu coração, sua razão (coração pode ser enganoso, mas a razão também pode).
Enquanto você olha os outros e fala deles, se não como fontes de inspiração, está perdendo tempo! Fale menos, faça mais. Fale mais sobre coisas importantes, necessárias, que auxiliam, que mudam para melhor, elogie (sem falsidade), compita em primeiro lugar com você mesmo(a), admire em vez de invejar, blinde-se daquilo e daqueles que lhe fazem mal. É necessário se distanciar do que nos dói, quando possível, nem sempre escolhemos o que sentir diante de nossos traumas e estado mental.
Estes são alguns conselhos que gostaria de dar a você, e que eu mesma tento seguir, embora, muitas vezes, sem êxito. Aí entra o saber nos perdoar, que é tão importante quanto perdoar ao outro - o perdão é sempre um processo a partir de uma decisão.
Vivemos em uma época muito narcisista, repleta de "semideuses", pessoas orgulhosas, prepotentes, intolerantes, em contrapartida à suposta liberdade de expressão da Pós-Modernidade - na verdade, acho que ela exatamente ajuda a provocar isso, seres tão livres que se perdem.
Este é o mês das mães. Siga o conselho de muitas delas: "Você não é todo mundo". Porque se for, além de não fazer diferença neste mundo tão complicado, irá impedir seu desenvolvimento pessoal (e o de outros), deixar de ser quem você realmente é e encontrar seus propósitos na vida!
Gaste mais tempo com você mesmo(a) e com aqueles que mais ama, evite ouvir ou emitir maledicências. Não seja parte da "alcateia" malvada. Quem sabe quantos corações destruídos não "se arrastam" por aí porque, um dia ou a toda hora, alguém lhes machuca com palavras e não são capazes, já fragilizados, de contestá-las. Ou, pior, ainda se tornam como aqueles que o(a) feriram.
Um bom final de semana e início da próxima! Lembre-se de escolher sempre o melhor para seu coração.
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