Já foi dito que, se coisas ruins não tivessem acontecido, não teríamos alcançado as coisas boas que esperávamos. E Clarice Lispector disse: "Perder-se também é caminho".
Certo, Deus escreve certo por linhas tortas. É fato. Nós somos linhas tortas, nosso coração bate torto, nossa mente pensa torto, às vezes tudo se endireita mas aí vem o humano, demasiado humano que carrega nossa existência - viver, ou meramente sobreviver.
O que acontece é que acabamos ficando cansados. De uma maneira em que, por esse cansaço, perdemos coisas e pessoas boas. E perdemos quem éramos! Mas nem sempre podemos escolher não nos sentir cansados, esbaforidos de tanto lutar, esperar, confiar. Pensar positivo. Vamos ser realistas?
Dizem que as maiores batalhas são dadas aos soldados mais fortes, então por que a força não vem quando mais precisamos dela? Quando imploramos de joelhos por ela? Quando nos humilhamos para a encontrar? Não sei. São mistérios.
Não quero, de maneira alguma, desencorajar você. E sei que todos nós temos nossos espinhos nos calçados. E que só se sabe a dor que causam, calçando os sapatos alheios.
Mas há dias assim, dias tristes em que um grande "Será?" paira como um fog londrino sobre as janelas, paredes, portas, cofres, certezas, audácias, o sorriso, até mesmo ele, perde seu jeito.
Vamos juntos melhorar. Não sei como, não sei quando, mas o mal não vai nos destruir, muito menos as pessoas más. Talvez sejamos mesmo como espadas no fogo, a dor tem de vir primeiro, deixar o ferro em brasa para o afiar. E não adianta querer pular a etapa da dor, ela é parte do nosso caminho e de nossos sonhos. Quanto mais sofrido, maior a vitória. Isso se você não desistir muito cedo. Tipo, logo antes de conseguir o que deseja, que é quando a dor costuma ser mais funda e quase insuportável.
Ah! Mais uma coisa: não nos tornemos aquilo que nos feriu. Essa é a pior consequência da dor.
Como, quando, onde, eu não sei. Estou até descobrindo que não podemos ter a petulância de, por religião, fé, Filosofia ou lógica ter respostas para tudo. Isso é um sinal de força.
Sei que, enquanto houver uma fagulha de fé, de esperança e principalmente de amor, eu vou segui-la. Ah eu vou, porque eu sou isso. Talvez até boba.
Vem comigo?
Sem olhar pra trás, após ter constatado seus erros e acertos e ter aprendido com eles. E continuar aprendendo. Guardar boas lembranças e boas pessoas com um sorriso até meio triste, uma lágrima até um pouco dolorosa, colocar uma pedra no que foi ruim, após - esperemos - ter nos ensinado.
Enfim, ser quem você é de verdade, resgatar-se ou, finalmente, ser apresentado a quem você nunca conseguiu ser e na verdade é. Essência. Não apenas "ser bom" ou "ser ruim". É ser único. É continuar. A vida, de um jeito ou de outro, continua. Cabe a nos fazê-la valer a pena, antes que o tempo nos atropele e o medo nos arrependa de ter subestimado sua velocidade.
Boa semana!
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