Pretendo que esta coluna seja breve. É um assunto desagradável - e, sim, polêmico. Mas vital.
Estou, hoje, 13 de outubro de 2022, extremamente triste por ver que nossa "Nação" tem se sustentado, em especial em termos de política, em diferenças incompatíveis, ódio, em dividir e não em somar e compreender.
Um candidato foi à favela. Outro, a um santuário. Um está com os traficantes, outro, segundo um tal arcebispo não-sei-quem, acabou de impelir a divisão dos cristãos - eles precisam escolher se são católicos ou evangélicos, sem religião, nem pensar. Veja, Cristo não fundou religião, senão um caminho. A salvação, através do caminho de Cristo, como por Ele ensinado foi, de se dá UNICAMENTE PELA FÉ, não pelas obras, disse claramente Jesus Cristo.
O que temos visto nestes momentos finais de propaganda política para presidência - mais que para governadores - é surreal. É o que eu chamaria de "baixaria". É o apelo inacreditável a crenças e atitudes tão caras a tanta gente. Quem se vende por um político ou uma ideologia? Quem, ao menos, nem se questiona? Quem prefere sempre culpar o outro, "você entendeu mal", "você é uma pessoa deplorável", em vez de olhar para si mesmo e aproveitar a turbulência para, como é de praxe aos sábios, crescer?
A solução nunca foi a divisão do povo, a não ser para os espertos líderes políticos (e alguns religiosos) que, fragmentando a sociedade, podem controlá-la com maior facilidade. Podem assim enganá-la, manipulá-la, permear o mundo com ódio e incompreensão, jogando um manto negro sobre a corrupção e as manobras corruptas "lá no alto".
Não estou - ainda que você pense que eu esteja - fazendo propaganda política. Estou, se é que me permite, fazendo propaganda da minha tristeza e desilusão com a política brasileira, com nosso povo brasileiro, e não me inocento completamente como parte dele.Não reconheço mais algumas pessoas, não reconheço as pessoas em geral, talvez esteja me contaminando, vejo tanta contaminação, em palavras e atitudes. Tudo por gente que ganha montanhas de dinheiro em cima de mentiras e manipulação. E tantos dão a vida por eles...
Vamos pensar no Brasil, não em ideologias. Vamos ouvir, dizer "eu te respeito", e não ofender pessoalmente diante da falta de argumentos. Vamos, sim, por que não, nos posicionar politicamente, mas estar abertos a mudar e, ao menos, pensar.
O Brasil é um campo de guerra. Fanatismos e ódio são campos minados.
Brasil, que não se acabe sua história de tanta cultura, riquezas naturais, diversidade. Força.
Diferenças estão sendo atacadas, quando é o que de mais interessante há na humanidade. Isso se forem diferenças que se compreendem, se somam, na reflexão, na amizade, no amor, na fé.
É tão fácil se deixar inocular pelo ódio, e depois espelhar no outro nossa própria hostilidade. Não existe "ódio do bem".
Bom final se semana! Paz, por favor, paz a todos nós. "Na medida do possível, no que depender de vós", como bem sublinhou o apóstolo Paulo (independentemente da sua religião).
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