Vivemos em uma época, chamada pela maioria de Pós-Modernidade, em que grande parte das pessoas não sabe muito bem o que quer, aonde quer chegar. Ou: hoje quero uma coisa, amanhã, outra, e depois de amanhã, outra, então me arrependo, me "desarrependo"...
É a era das coisas descartáveis, como as pessoas, os relacionamentos, até mesmo o futuro. "Só por hoje" enfrentar certos obstáculos e fazer nosso melhor, mas, e nossas raízes, aonde queremos fazê-las chegar? Que sementes estamos plantando - já que elas levam um tempo para nascer, e colhemos o que foi plantado, regado, cuidado?
Tenha metas. Tenha sonhos. Não entre nessa de "ligue o foda-se" ou toda hora mudar de opinião, de pessoas, de objetivos, como de roupa. Ou você deixará a vida se esvair com ilusões passageiras. Procurando um trevo de quatro folhas no quintal, deixará de encontrar uma bela rosa que precisava exatamente de você, e você, dela.
Acho que as pessoas estão subindo e descendo montanhas rápido demais, como uma montanha-russa alucinante. Processos, esperas, resistência para subir trajetórias mais longas e difíceis, humildade para mudar e aceitar seus erros, se tornou complicado...
Certos objetivos levam tempo. Exigem renúncias. Sacrifícios. Mudança pessoal. Engolir o orgulho, ou ter mais amor-próprio.
O ponto aonde quero chegar é: você sabe o que mais deseja na sua vida? Qual, ou quais as pessoas com quem quer envelhecer, passar seus breves momenos nesta terra? Já as conheceu? Quais lugares quer conhecer, o que quer conquistar no trabalho, na vida pessoal, espiritualmente? Quem é você?
Às vezes, dá vontade de jogar tudo para o alto. Faça. Mas, só por um dia. E não deixe de recolher os estragos. Ninguém é perfeito, nada que valha a pena, nem ninguém, é fácil de se conquistar e de se manter.
Não faça sua vida descartável e incerta como os aparelhos da Era Digital. Como a moda, que vem e vai, o assunto do momento que viraliza e passa. Seja constante em seus objetivos, mudando rotas, se necessário. Todos nós temos dias ruins, dúvidas, mas metas firmemente estabelecidas nos levam a decisões corretas e a arrependimentos enquanto ainda dá tempo. Não sabe quais são? Talvez deva buscá-las na sua infância, ou enfrentar alguns "fantasmas" dentro de você, se descobrir.
"Viver ultrapassa qualquer entendimento", disse Clarice Lispector, lembrando que não é nossa responsabilidade entender tudo e só viver o que podemos entender. Mas, por outro lado, "ser feliz é uma responsabilidade muito grande, pouca gente tem coragem", disse a Dama das Palavras.
Ser feliz é trajeto, não pote de ouro no fim do arco-íris, é dia a dia, vida a vida, batalhar, perder e reencontrar(-se). O que não nos impede de ter objetivos e metas claros - eles podem, sim, mudar, mas pense bem. Não viva do que os outros pensam, o coração, a alma, a vida é sua, e principalmente as escolhas que lhes são passíveis de fazer.
Vivamos de maneira que, no fim, apesar de tudo, na balança, tenha valido a pena. E tenhamos tenha dado nosso melhor. Repletos de cicatrizes, talvez, mas elas mostram que sobrevivemos. E que tivemos coragem. Sem coragem, e ao mesmo tempo humildade, é impossível ser feliz e descobrir seus objetivos, seu propósito de vida.
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