"Flopar": conheça o novo vocabulário da Era Digital

 

Imagem: Divulgação.

Eles são muitos. Alguns, palavras antigas com novos significados, outros, em idioma estrangeiro (principalmente inglês), e outros, simplesmente inventados. São os novos termos da Era Digital, criados, em sua maioria, pela geração mais recente, a geração Z, chamados de "millenials". Um destes termos, que sempre me intrigou e tem sido muito utilizado, é "flopar".

Você já deve ter visto esta palavra em algum lugar. Provavelmente, nas redes sociais. A primeira vez em que ouvi, ao vivo, tal expressão (após encontrá-la na Internet), foi do meu sobrinho, à época com 6 anos de idade: "Flopei o jogo". Ahn? Não ousei perguntar, ao que me lembro. Este termo é apenas um dos neologismos da tecnologia. "Flopar", que tanto vejo e até escuto, significa um verbo usado nas redes sociais para designar postagens com má performance. Pode ser adaptado para além das redes sociais, como em games, caso do meu sobrinho.  É possível "flopar" em redes sociais como TikTok, Instagram, Twitter (X) e outras.

"Flop", em inglês, significa basicamente "fracasso" (pronúncia "flöp"). Portanto, se você "flopou", no verbo "aportuguesado", portanto, fracassou, falhou, não obteve sucesso. Um símbolo dos nossos tempos: alta performance, alto impacto, já que somos a Sociedade do Desempenho, ao menos segundo o filósofo sul-coreano Byung-Chul Han. "Flopar" é ir "contra o sistema" atual que pede eficiência máxima.

Talvez você não esteja muito interessado(a) no significado de termos como "flopar", ou "flodar", "hater", "hitar", "mood", "shippar", "spoiler", "cancelar", "lacrar", "viralizar", "date", "cringe", "vtzeiro", "berro/grito" etc. Mas estas gírias, como dito, apenas refletem uma nova forma de se comunicar, introduzida pela Era Digital - e, agora, a Era da Inteligência Artificial. 

Se você quiser melhorar seu desempenho profissional e pessoal, ou mantê-lo, ou se quer conseguir se comunicar melhor com a nova geração, é bom entender as novas linguagens. Termos que surgem de repente, viram moda, e, às vezes, logo desaparecem. Ou acabam sendo incorporados ao vocabulário da língua portuguesa com o tempo.

Bom, se você se sente um pouco perdido(a) como eu, tudo bem. As pessoas estão cada vez mais hiperativas e ansiosas, são os "tempos líquidos", voláteis, conceitualizados pelo filósofo polonês Zygmunt Bauman, atrelados ao mundo digital. Aliás, andamos muito hiperativos - ou assim a vida nos demanda - e, por isso, é observável o aumento dos casos de problemas emocionais e psiquiátricos, e até doenças físicas relacionadas ao estresse. 

Por fim: estaremos "flopando", quando tentamos, além dos nossos próprios limites, alcançar os melhores desempenhos e resultados, esquecendo-nos de nossa humanidade e unicidade como entes sociais com suas idiossincrasias?

Talvez. 

Só que, como disse Darwin, quem se adapta, "vence". Não há muita escolha, se você estiver decidido(a) a disputar os primeiros lugares, buscar um lugar destacado, ser notado, como as pessoas vêm tentando nas redes sociais e nas plataformas digitais. Em vez de "flopar", o negócio é "viralizar" ao máximo - não que isso seja tão saudável.




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