Grávida supera a falta de oportunidade no mercado de trabalho e brilha como social media



Daniele Lopes Rodrigues – social media e empreendedora – Divulgação

Daniele Lopes Rodrigues perdeu o emprego no início do ano e encontrou na profissão de social media uma maneira de ter estabilidade financeira sem perder a liberdade geográfica para se dedicar melhor a sua gestação

A luta pela equidade de gênero já avançou muitas casas no país. Contudo, ainda há muito o que se trabalhar, principalmente no que tange à maneira como as mulheres são tratadas no mercado de trabalho. A vida de uma profissional do sexo feminino costuma ser bem mais complicada do que a de um profissional do sexo masculino, ainda mais se ela tiver planos de engravidar e ser mãe. É o que mostra estudo realizado pela FGV-Rio com cerca de 247 mil mulheres entre 24 anos e 35 anos. Segundo o levantamento, quase metade das mulheres que tiram licença-maternidade está fora do mercado após 24 meses, um padrão que se perpetua 47 meses após a licença.

A executiva de marketing, social media e empreendedora, Daniele Lopes Rodrigues, 38, sentiu na pele as dificuldades que uma gestante enfrenta no mercado de trabalho. Grávida de seis meses, Daniele perdeu, no começo do ano, o emprego em uma empresa na área de logística e só conseguiu retomar o rumo de sua vida quando abraçou a profissão de social media, sobre a qual travou conhecimento mais a fundo a partir dos conteúdos a respeito do assunto desenvolvidos pela especialista em mídias sociais, produtora de conteúdo e fundadora da Like Marketing, Rejane Toigo.

Daniele relata que, após perder o emprego, tentou se recolocar em sua área de atuação o mais rápido possível, mas percebeu que estar grávida era um grande empecilho para os recrutadores. “Eu fiz diversas entrevistas de emprego e todas elas foram barradas no momento em que eu disse que estava grávida”, conta. Com tantos “nãos”, a executiva de marketing começou a se desesperar. “Eu me senti perdida, pois precisava ter uma renda para sustentar a vida que estou gerando, ao mesmo tempo sabia que não iria conseguir uma recolocação tão facilmente justamente por estar grávida. Eu precisava encontrar uma alternativa”, relata.

 

Rejane Toigo é estrategista digital

e fundadora da Like Marketing

 A esperança de Daniele renovou-se quando se deparou com as postagens de Rejane no Instagram sobre a profissão social media e mais tarde quando fez o curso ministrado pela especialista em mídias sociais. Como já atuava com marketing e dominava o tema, ela sentiu que era através da profissão de social media que tiraria seu sustento e do filho que está para chegar. Daniele só precisava de um guia para começar e foi o que encontrou no conteúdo desenvolvido por Rejane. “Às vezes temos muitos insights, mas não conseguimos estruturar nossas ideias e apresentá-las aos clientes para fazer com que as coisas aconteçam. O curso dela me ajudou bastante nisso”, afirma.

Assim, Daniele ofereceu-se para fazer a gestão de redes sociais de uma startup de gestão de crises. A empresa estava iniciando suas atividades no Brasil e suas redes sociais ainda não estavam estruturadas. Era a brecha que a executiva de marketing precisava para começar a trabalhar como social media. “Seguindo as orientações da Rejane, montei uma estratégia para entender o público da empresa e, dessa forma, produzir do modo mais certeiro possível o conteúdo de suas redes sociais”, conta. Posteriormente, a executiva de marketing fechou com a startup um contrato de manutenção de seis meses e conseguiu evoluir o escopo de trabalho para a parte de SEO, conteúdo para blog e groth, áreas em que tem bastante conhecimento.

Recentemente, a agência de marketing digital recém fundada por Daniele cresceu. “Eu consegui vender mais uma estratégia de conteúdo, dessa vez para uma startup focada em e-commerce e, nesse momento, a empresa está analisando a possibilidade de uma ampliação do contrato para que eu faça a gestão de suas redes sociais e seja responsável também pelo growth”, diz a executiva de marketing, que não quer parar por aí. Daniele pretende a curto prazo conseguir pelo menos mais dois clientes para que sua renda alcance o patamar de antes de ficar desempregada. “E quem sabe, no futuro, minha agência cresça ainda mais e consiga ter alguns colaboradores”.

 

Daniele Lopes Rodrigues,

social media e empreendedora

No momento em que começou a tentar se recolocar no mercado de trabalho após perder o emprego no início do ano, a outrora executiva de marketing e atual empreendedora e social media passou a buscar vagas onde pudesse trabalhar remotamente. “A pandemia trouxe bastante sofrimento, mas gerou alguns aprendizados. Um dos mais importantes foi o de que é possível produzir por meio do trabalho remoto. Uma boa notícia para quem é ou vai ser mãe e precisa abrir mão de muita coisa para sair para trabalhar”, diz. Conforme Daniele, a profissão de social media tem como um de seus maiores atrativos oferecer essa alternativa. “O profissional consegue uma liberdade geográfica, que permite a ele que o trabalho se adeque à sua rotina e não ao contrário”, afirma.

Além da liberdade geográfica, relata Daniele, a profissão de social media propiciou a ela uma independência que só o ato de empreender traz e também uma estabilidade financeira. “Dependemos do dinheiro para tudo. Ainda mais quando estamos grávidas. Hoje, depois de me tornar social media, abrir minha agência e vender as estratégias de conteúdo para as startups eu me sinto bem mais tranquila. Eu estou me redescobrindo e gostando muito de tudo isso”, conclui.


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